Realizar um sonho pode parecer distante quando o orçamento aperta. Reformar a casa, investir na educação, começar um pequeno negócio ou até planejar uma viagem – objetivos assim muitas vezes esbarram na falta de recursos imediatos. Mas o crédito, quando bem utilizado, pode ser o impulso necessário para transformar vontade em conquista.
Essa foi a experiência de Tatiane Almeida, de 34 anos, moradora de Cascavel. Tatiane trabalhava como auxiliar de cozinha em um restaurante e via na culinária saudável uma oportunidade de empreender. “Fazia marmitas para alguns amigos e vizinhos, mas não tinha estrutura para crescer”, lembrou. Com o crédito consignado, ela conseguiu reformar a cozinha da casa da mãe e comprar os equipamentos necessários para abrir o próprio negócio. Hoje, vende mais de 150 marmitas por semana. “Com planejamento, deu certo. Paguei o empréstimo antes do prazo e ainda consegui guardar dinheiro”, contou.
Histórias como a de Tatiane revelam o potencial transformador do crédito quando aliado ao planejamento. O empréstimo deixou de ser apenas uma resposta a emergências e ou a ser, em muitos casos, uma ferramenta de desenvolvimento pessoal e profissional. “O crédito pode ser um parceiro estratégico. Mas, para isso, é preciso que ele tenha propósito e seja usado com responsabilidade”, explicou o economista Jorge Nascimento.
O segredo está em encarar o crédito como investimento. Não se trata de endividar-se para consumir, mas de direcionar recursos a algo que traga retorno - seja ele financeiro, emocional ou educacional. Esse retorno pode vir na forma de aumento de renda, melhoria na qualidade de vida ou até no fortalecimento de vínculos familiares. Uma viagem planejada com antecedência, por exemplo, pode se tornar um marco afetivo, desde que não comprometa o orçamento por meses a fio.
A assistente social Ivana Torres, de 42 anos, viveu isso na prática. Depois de anos sem férias, decidiu viajar com os filhos para conhecer o Nordeste brasileiro. “Sempre priorizei outras contas e deixava o lazer de lado. Mas dessa vez, com organização e um crédito de valor pequeno, conseguimos viajar e foi uma experiência que uniu a família. Pagamos em seis parcelas tranquilas, que cabiam no orçamento”, contou.
Para que o crédito cumpra esse papel de viabilizar sonhos, é preciso, antes de tudo, estabelecer limites. O primeiro o é fazer contas. Quanto é necessário? Quanto será a parcela? Qual o impacto no orçamento mensal? O segundo é definir metas claras: por que estou contratando esse crédito? Qual é o plano para usá-lo e, principalmente, para pagá-lo? “Quando o trabalhador tem clareza do objetivo e disciplina no uso do recurso, o risco de arrependimento diminui muito”, reforça a consultora de finanças pessoais Fernanda Silva. Segundo ela, uma das armadilhas mais comuns é a contratação por impulso. “A pessoa vê que tem limite, contrata, mas não sabe exatamente para quê. Esse tipo de uso é o que mais gera frustração e endividamento”.
No outro extremo, há quem demonize o crédito por medo ou desconhecimento. Mas negar essa ferramenta também pode significar abrir mão de oportunidades importantes. Em tempos de juros controlados em linhas específicas, como o consignado privado, o o a empréstimos com condições mais justas pode ser decisivo para concretizar planos que pareciam inalcançáveis. Em vez de economizar por anos para dar um o importante, é possível antecipar a conquista – com segurança e responsabilidade.
A chave está no equilíbrio: saber quando usar, como usar e, principalmente, por que usar. Crédito não é vilão nem herói. É ferramenta. E como toda ferramenta, funciona melhor nas mãos de quem sabe o que está fazendo. Quando bem planejado, ele não sufoca – ele impulsiona. E é nesse impulso que muitos trabalhadores encontram, enfim, o caminho para transformar salário em realização, e rotina em conquista.
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