Nos últimos anos, o crédito se tornou um dos recursos mais íveis para trabalhadores com carteira assinada, especialmente, com a chegada do consignado privado. Essa modalidade de empréstimo, com desconto direto na folha de pagamento, trouxe vantagens como taxas de juros mais baixas, prazos mais longos e contratação digital. Mas, junto com a facilidade, cresceu também o número de pessoas que transformam o crédito em um problema - muitas vezes, por falta de planejamento ou de informação.
Especialistas em finanças pessoais são unânimes em afirmar: o crédito pode ser um excelente aliado, desde que utilizado com consciência. Quando é visto como dinheiro extra, e não como uma responsabilidade assumida a longo prazo, ele a a representar risco. A armadilha se forma silenciosamente: parcelas que se acumulam, renda comprometida, dificuldade para arcar com outras despesas e, em pouco tempo, o endividamento toma conta da vida do trabalhador.
Antes de contratar qualquer empréstimo, é necessário avaliar a real necessidade da operação. Será que ele é mesmo imprescindível? O valor será usado para um fim emergencial ou estratégico? Ou apenas para cobrir gastos rotineiros que poderiam ser evitados? O economista Adriano Nascimento explica que o primeiro o para um uso consciente do crédito é entender se ele vai gerar alívio ou dependência. “Empréstimo não é socorro financeiro contínuo. É um recurso pontual que precisa estar inserido em um plano maior”.
Também é importante pesquisar diferentes opções. Ainda que o crédito consignado tenha juros mais baixos do que outras modalidades, as variações entre bancos podem ser significativas. Uma diferença de 0,5% ao mês pode representar centenas de reais ao final do contrato. Nesse processo, os simuladores online são aliados, mas o olhar crítico continua sendo indispensável. Condições como número de parcelas, carência, tarifas istrativas e existência de seguros embutidos precisam estar claras para o consumidor.
Outro ponto é o impacto das parcelas no orçamento. O ideal é que a soma de todas as dívidas mensais não ultrae 30% da renda líquida. Quando esse limite é desrespeitado, aumentam as chances de inadimplência. E vale lembrar: no caso do consignado, o desconto é automático. Isso quer dizer que, mesmo se houver dificuldades, o valor será retirado do salário antes mesmo de chegar à conta do trabalhador - o que pode agravar ainda mais uma situação de descontrole financeiro.
A leitura atenta do contrato é mais do que recomendada. Cláusulas de renovação automática, taxas escondidas ou seguros que encarecem a operação precisam ser identificados antes da . Caso surjam dúvidas, vale buscar orientação com profissionais da área ou recorrer a órgãos de defesa do consumidor.
Planejar o pagamento é, enfim, o que fecha o ciclo do crédito consciente. Ter uma estratégia para quitar as parcelas, evitar contrair novas dívidas e, se possível, manter uma reserva de emergência, são atitudes que protegem o trabalhador de imprevistos. 193c4x